segunda-feira, 6 de junho de 2011

Da Revolução Industrial ao aquecimento global

Por Heverthon Rocha

Antes da industrialização, na idade média, a vida das pessoas era bem mais simplificada, mesmo não havendo qualidade de vida, vivia-se com pouca ou nenhuma pressão externa provenientes de seus empregadores. Não havia cobranças de horários, compromissos financeiros, acadêmicos, etc. Mesmo o trabalho sendo pesado, existia tranquilidade. Investia-se muito tempo na família.

Com a valorização da família, o lazer era inevitável, a carga horária de trabalho era muito inferior a que a população é submetida nos dias de hoje. Naquela época se trabalhava algo entorno de duas a três horas por dia. Atualmente um trabalhador assalariado com carteira assinada ou não, trabalha algo entre seis e oito horas por dia.

“Durante a idade média, o trabalho era duro e rural, e adaptado ao clima, às festas e aos repousos ditados pela família e religião, onde havia inúmeros dias santos. Trabalhava-se em média de 700 a 1000 horas por ano. Nesta sociedade predominavam os valores de vida comunitária, onde adultos e crianças partilhavam de atividades comuns, onde o trabalho e o lúdico tinham o mesmo grau de importância.” (MALACRIDA & MACHADO, 2008)

Os processos de industrialização tiveram início muito remotamente. Já no período de 1760 a 1850, a industrialização, ou seja, a Primeira Revolução Industrial e era restrita a Inglaterra, então conhecida como a “oficina do mundo”. Naquela época, foi proposta a produção sistemática de bens de consumo, em especial os têxteis e a energia a vapor.

Não demorou muito, e a partir de 1860, a revolução estava presente por diversas partes da Europa, Ásia e América do Norte e continuou sua expansão até 1900. Esta fase ficou conhecida como Segunda Revolução Industrial. Dentre os países que aderiram a industrialização figuravam os Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Bélgica, Japão e Rússia. Com o avanço das revoluções industriais, cresceu então a concorrência e a necessidade de novas formas de energia, surgindo as primeiras hidroelétricas e avanços nas áreas químicas e aço. Neste mesmo período também surgiram termoelétricas, pioneiras na emissão de gases poluentes de origem antrópica, que funcionavam a base de petróleo, lançando toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

O que impulsionou ainda mais a industrialização do futuro, foi invenção de George Stephenson (1781-1848) que em 1814, apresentou ao público o que seria a responsável pela expansão mundial, a máquina que possibilitou levar e trazer bens de consumo e matérias primas por tudo mundo ocidental.

A construção da locomotiva facilitou a comercialização e distribuição da produção, tornando estes processos mais eficientes. Em 1825 a “Locomotion” inventada por Stephenson tracionou um conjunto completo de composição ferroviária, fazendo o percurso de 15 quilômetros entre Stockton e Darlington, na Inglaterra.
Deste período até os dias de atuais, os chamados polos industriais somam-se aos milhares espalhados por todo mundo. São indústrias locais, regionais e até multinacionais que mantêm o foco na produção e comercialização de bens de consumo.

As indústrias estão preferencialmente preocupadas com lucros e pouco com o meio ambiente. O foco é no crescimento econômico, no ganho de capital. Esta ideia de crescimento econômico foi bastante impulsionada após o domínio do homem sobre os recursos naturais, que sofreram e ainda sofrem uma redução de disponibilidade de alimentar.

Grandes áreas de terras são devastadas para alimentar o capitalismo selvagem que mantém o sistema econômico funcionando por meio de atividades industriais, fazendo e distribuindo produtos que se tornam obsoletos em pouco tempo, alguns em até seis meses.

Esta obsolescência dos produtos aumenta a quantidade de resíduos descartados no meio ambiente e reduz a vida útil de aterros controlados ou sanitários, ao passo que pode aumentar a quantidade de lixões. Também exigem mais extração de matérias primas, causando mais desmatamento de florestas, destruição de montanhas para extração de minérios e consequentemente a poluição do ar, solo, mares, rios e lagos.

Atualmente, a produção encontra-se, quase em sua totalidade, automatizada. A partir do ano 1900, surgiram os processos de produção em série, iniciando uma verdadeira e danosa explosão de consumo em massa.

Este consumismo exagerado contou com uma grande aliada, a comunicação. Foi um período de grandes avanços nas comunicações, o que facilitou a divulgação de produtos e aumentou ainda mais o público consumidor.

A partir deste ponto, a industrialização agregou novos conhecimentos e tecnologias, avançando nas áreas da eletrônica, química, engenharia genética e a robótica. É importante lembrar que o marco inicial deste processo de desenvolvimento capitalista, deu-se juntamente com a revolução industrial, deixando de lado os processos de produção artesanal, menos agressivos ao meio ambiente e menos lucrativos do ponto de vista econômico da época.

Quem teve a oportunidade de ver o clássico filme “Tempos Modernos”, de Charlie Chaplin, percebe que a industrialização acelerou os processos de produção a níveis quase frenéticos. As pessoas – operários – tornaram-se partes fundamentais deste processo sistemático de produção.

A qualidade de vida está comprometida pela rotina estressante e pouco remunerada. O lazer já não fazia mais parte da vida dos operários que se sacrificam nas fábricas. O que ganhavam sequer dava para sustentar suas famílias. O que realmente alimentavam era o sistema de produção, venda e compra dos bens de consumo.

As doenças mais frequentes estavam relacionadas aos esforços repetitivos e ao trabalho em uma única etapa da produção. Ou seja, cada operário era responsável por um único processo na linha de montagem. Esta doença foi diagnosticada décadas depois como “LER” (Lesão por Esforço Repetitivo).

A competitividade por uma vaga de trabalho só aumentou com a Revolução Industrial, e os operários se submetiam a baixos salários. Aqueles que não conseguiam emprego – maioria da população – passavam fome, sobreviviam e roubavam pelas ruas em meio a uma burguesia constituída por poucos cidadãos.

Diante deste cenário, surgiram os movimentos sindicais, que cobravam melhores condições de trabalho e salários mais justos. Pelas ruas os usuários de drogas tornavam-se o retrato da dor e da miséria. As cadeias lotadas indicavam o aumento da criminalidade. Nas celas, sindicalistas eram colocados juntamente com traficantes e assassinos. Os problemas sociais eram latentes e incomodavam os pioneiros das lutas sociais.

Antes dos processos de produção em série, ou da Revolução Industrial, a população vivia da energia e dos produtos ofertados pela própria natureza. Caçavam somente o que consumiam com suas famílias, sem armazenamento. Colhiam o que plantavam em pequena escala, e não promoviam grandes impactos ao meio ambiente.

Com a industrialização e a produção em série, os impactos provocados na natureza ganharam grandes proporções. A emissão de gases do efeito estufa (GEEs) foi acelerada com a exploração de combustíveis fosseis e com o crescente desmatamento para produção agrícola e implantação de novas indústrias.

O planeta passou a não mais suportar as frequentes agressões e a exploração descontrolada dos recursos naturais. A derrubada de florestas acelerou o aquecimento global, pois representam um fundamental papel no ciclo de renovação do oxigênio da atmosfera, expondo ao risco bilhões de pessoas por todo o mundo.

Os seres humanos hoje vivem numa sociedade capitalista. Adotaram o consumismo como meta de status social. No momento de comprar, a população não leva em consideração o ciclo de vida do produto, o quanto de matéria prima foi utilizada, nem tão pouco sua origem e se os custos humanos e ambientais foram inseridos na cadeia produtiva.

É urgente que medidas sejam adotadas para frear o consumismo. Uma saída é trabalhar a sensibilidade e consciência da população por meio da educação ambiental. O cidadão deve ser orientado a respeito dos processos de produção, distribuição e consumo. Talvez ainda seja tarde demais para reverter a situação. É possível que ainda haja tempo para salvar as futuras gerações do egoísmo de seus antecessores.


sexta-feira, 27 de maio de 2011

A percepção do meio ambiente nos dias atuais

Por Heverthon Rocha

Correria do dia a dia tira nossa percepção do mundo
Os seres humanos, de forma mecânica, começam o dia e não dão conta das belezas naturais que estão ao seu redor. A caminho de suas rotinas diárias, ao volante, no ônibus, no avião ou a pé, não percebem a natureza a sua volta. Já não enxergam mais aquela árvore frondosa no canteiro central da avenida mais movimentada de cidade, seja ela qual for, e qualquer tamanho, pequena, média ou grande.

A população da Terra cresce em números assustadores, já são quase sete bilhões de pessoas. “Antes do século 20, nenhum ser humano tinha vivido o suficiente para testemunhar uma duplicação da população mundial, mas hoje há pessoas que a viram triplicar. Em algum momento no fim de 2011, segundo a Divisão de População das Nações Unidas, seremos 7 bilhões de pessoas”. (KUNZIG, 2011)

Esta explosão demográfica aumenta as necessidades de consumo, e o inevitável consumo desnecessário. O resultado é que vivemos num ritmo frenético, onde as contas a pagar pedem mais horas de trabalho, e a necessidade de bons empregos requer mais horas de sala de aula. Esta loucura diária tira o tempo que antes se tinha para a família, lazer e apreciação do meio ambiente. O homem foi reduzido a um risco ambiental, ou seja, um risco para o próprio homem.

Mas afinal, o que é o meio ambiente? A Política Nacional de Meio Ambiente, instituída pela Lei Federal nº 6.938/81 define meio ambiente como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga ou rege a vida em todas as suas formas”, o que de modo simplificado pode-se conceituar como tudo aquilo que está a nossa volta, inclusive nós mesmos. Entretanto, o meio ambiente é muito mais que isso.

O meio ambiente é composto por tudo que é indispensável à vida na terra, ou seja, tudo aquilo que é utilizado para sua própria sustentação. Estão incluídos neste tudo as condições do ar, solo, recursos hídricos, nutrientes e todos os organismos vivos existentes.

É comum achar que o meio ambiente é composto pelos componentes básicos de ordem “física, química e biológica”, mas na verdade é composto também pelo “meio sociocultural e sua relação com os modelos de desenvolvimento adotados pelo homem”. (PIZZATTO & PIZZATTO, 2009)

Um grande prestador de serviços. É assim que pode se visualizar o meio ambiente. O seres humanos são usuários não pagantes dos serviços ambientais disponíveis em grandes, pequenas, finitas ou em infinitas quantidades. Enquanto grandes metrópolis e seus habitantes de maior poder aquisitivo são privilegiadas com a exploração essesiva dos recursos naturais, comunidades rurais, ou até mesmo urbanas de baixa ou nenhuma renda, sofrem com a escarcez de recursos vitais como a água ou acesso a energia elétrica.

Para Markus Brose, agrônomo, especialista em agroecologia e doutor em sociologia política pela Universidade de Osnabrück – Alemanha, existem um problema cultural, “em nossa sociedade, existe uma tendência de que grupos vulneráveis sofram com os maiores custos ambientais e usufruam menos dos benefícios do crescimento econômico”. Tal comentário é baseado na existência das industrias em grandes áreas metropolitanas, aumentando os riscos ambientais de fácil deslocamento regional e de impacto difuso.

Ao se deparar com a ausência dos serviços ambientais, instala-se o pânico. O meio ambiente atualmente vive uma crise que está estampada em jornais, revistas, televisão e quase todos os meios de comunicação.

Estamos na era das mudanças climáticas e do acelerado e descontrolado aquecimento global. A
“Carta da Terra”, declaração com apontamento para os princípios éticos da construção de uma sociedade com justiça social, sustentabilidade e paz, trás em seu texto que “estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro”, para os céticos, uma apologia ao pânico. Para os ambientalistas, ecologistas e demais defensores do meio ambiente um apelo para práticas conscientes de preservação ambiental.

Esta preservação tem como aliada a percepção ambiental. Um processo no qual o indivíduo constitui imagens mentais, julgamentos, expectativas e condutas para estabelecer uma melhor compreensão do meio ambiente e das inter-relações com os demais seres vivos. A percepção ambiental é aguçada com a prática da educação ambiental.

O estudo e a prática da educação ambiental possibilita que todos possam ter uma visão holística do meio ambiente, fazendo-o entender todos os processos sinérgicos existentes entre homem e natureza para construção do meio ambiente.

Na educação ambiental utilizamos a percepção ambiental como uma ferramenta que auxilia e possibilita aos seres humanos perceber o meio ambiente, natural ou antrópico, facilitando assim a conscientização ou sensibilização para construção do cidadão ecologicamente correto, responsável e ator fundamental no fortalecimento dos pilares da sustentabilidade.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

As vertentes contemporâneas da educação ambiental

Por Heverthon Rocha

Educação ambiental comportamental é voltada para crianças
A educação ambiental está em acelerado processo de institucionalização por todo o mundo, no Brasil, somente em 1999 é que se instituiu uma lei específica. Percebemos que ela vem ganhando notoriedade e a adesão de inúmeros setores da sociedade. Mas também entendemos que não existem formas específicas de aplicação da educação ambiental, ou seja, uma receita padrão, uma fórmula mágica ou de sucesso absoluto que não apresente falhas. Existe sim uma carência de desenvolvimento de um método uniforme para a aplicação da educação ambiental forma prática e eficaz, respeitando suas variabilidades de vertentes.

Em uma cidade como Natal, por exemplo, onde a educação ambiental é uma realidade – mesmo que tímida – parece que os cidadãos não a percebem, e sempre que podem, cobram dos gestores públicos ações voltadas para conscientização e sensibilização no que diz respeito a preservação do meio ambiente, do uso racional dos recursos naturais e esclarecimento das necessidades e benefícios do saneamento básico.

No entanto, percebemos também que a mesma população que cobra, é a que não pratica a educação ambiental. Esta parcela da população acredita que o fato de cobrar já é o suficiente, cabendo ao poder público fazer o resto. Entretanto, não é assim que a participação popular funciona. A responsabilidade popular vai muito além.

A Constituição Federal em seu já conhecido e tão mencionado Artigo 225, que trata e estabelece o direito ao meio ambiente como sendo de todos, explica as competências de cada um na preservação do meio ambiente, “impondo-se ao poder público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

O Dicionário Aurélio traz a seguinte definição para coletividade: “Grupo ou agrupamento de pessoas relativamente organizado para um fim. A totalidade dos indivíduos de determinada área ou região, em um dado tempo, se considerados como um todo”. Partindo desta definição podemos entender que na verdade existe uma responsabilidade compartilhada, onde todos são agentes de preservação do meio ambiente, e consequentemente pela promoção da educação ambiental.

Além disso, a Lei Federal nº 9.795/99 diz que educação ambiental são os processos “por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente”. Sendo que a sociedade incumbe-se “manter atenção permanente à formação de valores [...] e a solução de problemas ambientais”.

Para realização da educação ambiental, existem na prática, três linhas predominantes de orientação. São elas a conservacionista, a comportamental e a socioambiental. Cada uma com uma característica exclusiva, mas que representou ou representa um importante avança na proteção e conservação dos ecossistemas, partindo de uma visão conservacionista.

O conservacionismo defende que o meio ambiente é tão somente o natural, ou seja, tudo aquilo que nasce de forma espontânea, sem a interferência do homem. Esta vertente tem uma concepção naturalista, ou seja, não considera que os seres humanos façam parte do meio ambiente e busca tão somente a conservação do natural.

Para Ana Rosa Salvalagio, assistente social graduada pela Unioeste (Paraná) e participante do Programa de Formação de Educadores Ambientais (FEA-MA) “Faz-se necessário tratar da transição da educação conservacionista para a educação ambiental, sendo que na educação conservacionista o foco é no ambiente não humano e na Educação ambiental há a articulação entre o mundo natural e o social”.

Esta abordagem naturalista é ainda muito forte nos países de primeiro mundo, ou desenvolvidos, tais como Estados Unidos, Austrália, Canadá e países da Europa. Para os que são adeptos do conservacionismo, o meio ambiente é meramente um sinônimo de natureza, sendo o homem um ser a parte, que faz oposição ao meio natural.

Entre conscientizar e sensibilizar está a vertente comportamental da educação ambiental. Segundo o Dicionário Aurélio, a primeira significa “dar ou tomar consciência”, ou seja, “a capacidade de conhecer e julgar sua própria realidade; senso de responsabilidade”, e a segunda visa “tornar sensível, comover”, estimulando a “capacidade de sentir”.

Com base na sensibilização se ampara a abordagem comportamental, que prioriza as ações de educação ambiental voltadas para as crianças, que encontram-se em processo de formação cognitiva, mais suscetíveis ao recebimento, processamento e fixação do saber ambiental.

Para a psicóloga e doutora em educação, Isabel Cristina de Moura Carvalho, “supõe-se que nelas [nas crianças] a consciência ambiental pode ser internalizada e traduzida em comportamentos de forma mais bem sucedidas do que nos adultos”.

A educação ambiental com vertente comportamental também está inserida na socioambiental, pois leva em consideração a relações entre homem e natureza, por isso ela representa o ponto de transição entre o conservacionismo e o socioambiental.

A vertente socioambiental é aquela que defende o caráter perene da educação ambiental, transpondo as barreiras do agora, do imediatismo e levando o conhecimento pelo tempo até as gerações futuras. É a vertente contemporânea que vem ganhando mais espaço, pois insere o homem no meio ambiente, considerando-o como parte do todo. Esta abordagem leva em consideração as inter-relações existentes entre o homem e a natureza, entendendo que todos estão inseridos no meio ambiente, partindo do entendimento de que o homem tem a capacidade de construir e transformar o ambiente.

Na prática da educação ambiental sob a ótica socioambiental são priorizados os aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos, com objetivos voltados ao desenvolvimento sustentável e a formação de uma educação ambiental crítica e construtiva.

É certo que hoje os seres humanos se sentem inseridos no meio ambiente como um componente que pode representar um impacto positivo ou negativo. Um ser que com capacidade de interação, possibilitando a troca constante de energias, nutrientes, experiências, etc, quer seja construindo, destruindo ou modificando os ambientes.

Nesta luta sem fim por um mundo sustentável, deve-se abraçar a educação ambiental como instrumento transformador dos hábitos humanos. É fundamental entender que o coletivo é significante para proteção do meio ambiente, mas que as ações individuais são importantíssimas para o sucesso da coletividade. Cada cidadão é o fiscal de suas próprias ações, é o seu educador ambiental pessoal.

domingo, 22 de maio de 2011

Os acordos mundiais da Rio92 e a Agenda 21

Por Heverthon Rocha

No ano de 1972, durante a primeira conferência ambiental realizada pela Organização das Nações Unidas – ONU, foi lançada a base que seria posteriormente o alicerce para realização da Rio92 vinte anos depois.

Então, entre os dias 03 e 14 de junho de 1992 aconteceu na cidade do Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio92, ou também chamada ECO92, ou ainda Cúpula da Terra, um novo marco ambiental das questões climáticas.

Nesta conferência estiveram presentes os chefes de centenas de nações mundiais com a missão de propor mecanismos que possibilitassem o desenvolvimento dos países de norte a sul do globo terrestre, sem que isso represente um risco para o meio ambiente e toda a biodiversidade, além de garantir a preservação e manutenção dos recursos naturais disponíveis.

A ideia principal da Rio92 foi apresentar um novo modelo de desenvolvimento, o desenvolvimento sustentável, um modelo de desenvolvimento econômico menos voltado ao consumo e mais direcionado a preservação do meio ambiente e da vida.

Importantes decisões foram tomadas durante esta conferência e seus resultados tiveram algumas influencias, mesmo que tímidas, na redução das emissões dos gases do efeito estufa – GEEs. O Protocolo de Kyoto, por exemplo, foi instituído a partir da Rio92, por iniciativa das discursões dos signatários da Convenção do Clima, um dos acordos resultantes da Convenção das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

Durante a Rio92 surgiram cinco acordos com assuntos distintos, mas com o objetivo de preservar o meio ambiente, a biodiversidade e garantir a continuidade da vida na terra, quer seja pela redução, mitigação ou pela adaptação das espécies as mudanças climáticas.

Estes acordos são: Convenção do Clima, Agenda 21, Convenção da Diversidade Biológica, Convenção do Rio e a Declaração de Princípios sobre o Uso das Florestas (não oficial). Destes acordos, os dois primeiros obtiveram maior destaque internacional.

A Convenção do Clima propunha o retorno das emissões de gases poluentes aos índices registrados no ano de 1990, mas não havia a determinação de prazos para que estas reduções fossem efetivadas. 150 países assinaram o termo com o objetivo de reduzir os gases do aquecimento global.

As preocupações com o clima que culminaram com a realização da Rio92, na verdade foi uma resposta ao Relatório Brundtland, também conhecido como Nosso Futuro Comum, um documento elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e surge anteriormente a atual Agenda 21.

A produção deste relatório foi iniciado no início da década de 1980 e publicado em 1987 e conceituava o desenvolvimento sustentável como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.

A Rio92 foi sem dúvida um marco de reflexão a respeito das questões ambientais e das relações com o desenvolvimento, além de abordar o papel da sociedade na transformação socioambiental.

As mudanças climáticas há vários anos preocupam líderes mundiais. As principais consequências são as catástrofes naturais e os enormes prejuízos financeiros que são trazidos com fortes chuvas ou com a ausência delas por um longo período.

Um dos principais berços de discursão das mudanças climáticas foi os Estados Unidos, onde
segundo o professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Eduardo Viola, “desde meados de 1988 até julho de 1990, a questão do aquecimento global ocupou uma posição destacada em todas as pesquisas de opinião pública”.

Mas isso não foi motivada por uma preocupação global, mas com uma preocupação localizada. O presidente George Bush (pai) sofrerá grande pressão e assumiu o papel de líder nas negociações que formaram em 1988 o Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima – IPCC e também na convocação para realização da Conferência das Nações Unidas – 1989.

Nos dias atuais as questões climáticas estão mais avançadas. Com a Rio92 surgiram uma enorme quantidade de organizações não-governamentais de incentivo a redução dos GEE e combate ao aquecimento global. Estas organizações cumprem um importante papel, pois atuam como fiscalizadoras do cumprimento dos acordos firmados.

Segundo Paulo Moutinho, coordenador do Programa de Mudanças Climáticas do Instituto de Pesquisas da Amazônia, “Vários setores da sociedade, representados em diferentes ONGs, tiveram papel importante em muitos temas polêmicos relacionados à Conferência”.

No Brasil, para dar continuidade ao proposto pela Conferência do Clima, o Ministério do Meio Ambiente – MMA, criou a Secretaria de Mudanças do Clima e Qualidade Ambiental, que tem dentre outras a competência de coordenar as ações do Ministério relacionadas às mudanças climáticas e propor políticas e instrumentos econômicos para regular o mercado de carbono (MDL).

A SMCQA é responsável segundo o próprio Ministério do Meio Ambiente “também pela definição de estratégias e a proposição de políticas referentes à mitigação e à adaptação às mudanças do clima; e pela coordenação do Grupo Executivo do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima, encarregado da elaboração do Plano Nacional sobre Mudança do Clima”.

Com a finalidade de assegurar recursos e dar apoio a projetos e estudos que visem a mitigação das mudanças climáticas e promover a adaptação as mudanças do clima, o Governo Federal instituiu pela Lei nº 12.114, de 9 de dezembro de 2009, O Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC), posteriormente regulamentado pelo Decreto nº 7.343, de 26 de outubro de 2010. O FNMC é vinculado diretamente ao MMA.

Também para dar suporte as questões relacionadas as mudanças climáticas, foi criado O Departamento de Mudanças Climáticas (DEMC), que é responsável pela “formulação, implementação e acompanhamento das políticas públicas nacionais relacionadas à proteção do sistema climático global e da camada de ozônio”. O DEMC é conduzido conforme as negociações internacionais relacionadas diretamente a CQNUMC, Protocolo de Kyoto, Convenção de Viena e o Protocolo de Montreal.

O Brasil tem avançado nas questões de mudanças climáticas e um exemplo é o recém-realizado concurso para preenchimento de vagas de especialistas nas áreas de mudanças climáticas no Ministério do Meio Ambiente, demonstrando preocupação e empenho na busca por soluções.

Outro destaque é a Agenda 21, composta por 2.500 recomendações, um documento com os mecanismos de implantação de sustentabilidade, estabelecendo critérios para ações ambientais que deveriam ser adotadas nos anos posteriores a realização da Rio92.

A Agenda 21 prospera até os dias atuais, é um plano de ação que deve ser adotado global, nacional e localmente. Pode ser implantado por governos, empresas e sociedade civil em qualquer área onde a ação antrópica esteja presente e que cause algum tipo de impacto ao meio ambiente.

A Agenda 21 é considerada como a maior e mais abrangente das tentativas de orientar as ações humanas para um novo e sustentável padrão de desenvolvimento neste e nos próximos séculos, sendo que a sustentabilidade ambiental, social e econômica devem ser contempladas em todas as etapas das ações propostas.

Durante a Cúpula de Johanesburgo, a Agenda 21 foi reafirmada, todos os seus programas e compromissos, conforme proposto anteriormente na Rio92, estavam aprovadas durante esta convenção que ficou conhecida como Rio+10, fazendo referência aos dês anos que se passaram até o ano de 2002, ano do encontro de Johanesburgo.

Um dos pontos positivos da Agenda 21 é a participação popular na construção de ações que têm o objetivo de dar um novo rumo à humanidade, viabilizando a implantação de um modelo de civilização ecologicamente equilibrado e socialmente justo.

"A Agenda 21 vem se constituindo em um instrumento de fundamental importância na construção dessa nova ecocidadania, num processo social no qual os atores vão pactuando paulatinamente novos consensos e montando uma Agenda possível rumo ao futuro que se deseja sustentável", disse Gilney Viana, Secretário de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável.

Um exemplo da Agenda 21 é o trabalho que a Prefeitura Municipal do Natal, vem realizando com muito afinco, visando a implantação da Agenda Verde, instrumento local de sustentabilidade, que atende as recomendações da Agenda 21 estabelecida na Rio92 e ratificado na Rio+10.

Para Sérgio Bueno da Fonseca, Coordenador da Agenda 21 Brasileira, o Programa Agenda 21 tem seu foco nos processos de construção e implementação de agendas locais, pois reconhece a importância do nível local na concretização de políticas públicas sustentáveis. Na visão da Agenda 21, as estratégias de sustentabilidade mais eficientes são as concebidas localmente e que contam com apoio da população.

Por este motivo, a Agenda 21 é um dos acordos propostos na Rio92 que vem se fortalecendo e ganhando novos adeptos da sustentabilidade provável. Tais atores vêm a Agenda 21 como uma saída razoável para minimizar a pegada humana sobre o meio ambiente, os ecossistemas e a biodiversidade.



O blog Jornal do RN contribui para preservar o meio ambiente

As mídias são ferramentas que podem construir uma sociedade melhor
Este humilde educador ambiental só tem a agradecer ao amigo Paulo Tarcísio pelas importantes contribuições que o mesmo vem dando ao meio ambiente e a educação ambiental.

Paulo sempre tem publicado em seu blog (http://ptarcisio.blogspot.com) nossos artigos que trazem a problemática ambiental da atualidade, uma análise técnica da situação com pinceladas de sugestões de ações simples que podem mudar os rumos e hábitos da humanidade, buscando uma convivência de harmonia entre homem e natureza, tendo em vista que ambos constituem o meio ambiente como o conhecemos.

Obrigado ao jornalista Paulo Tarcísio e à todos que contribuem para preservação do meio ambiente. Lembrem-se, para mudar o mundo, temos que mudar nossos hábitos. A transformação é individual.

sábado, 21 de maio de 2011

O IVAH se prepara para realizar projetos ambientais em escolas públicas

Por Heverthon Rocha

O Instituto de Valorização Ambiental e Humana – IVAH está se preparando para iniciar os ciclos de palestras de educação ambiental em escolas públicas de Natal, mesmo não contando com o apoio do Poder Público, os voluntários já fazem palestras em igrejas e associações de moradores com o intuito de despertar o desejo pela preservação ambiental.

Segundo Marcos Ramos, um dos diretores da instituição, o plano de ação será divulgado nos próximos dias. “Precisamos do apoio de profissionais em educação ambiental, biologia, ecologia e áreas semelhantes para poder realizar nossas atividades”, disse Marcos.

O IVAH foi fundado há mais de dois anos e já participou de importantes eventos de nível local, nacional e internacional, todos com um único propósito, a preservação do meio ambiente e a busca por um futuro com segurança ambiental para todos.

Para saber mais a respeito do IVAH, o interessado pode acessar o www.ivahbrasil.org.br e se inscrever para ser voluntário nesta causa nobre.



Os indicadores da qualidade de vida

Por Heverthon Rocha

Falta de políticas públicas sociais reduzem qualidade de vida
Antes de tratarmos do tema em questão – indicadores da qualidade de vida – faz-se de fundamental importância que entendamos o que é a qualidade de vida propriamente dita e o que ela representa para nossas vidas.

Vivemos num país onde boa qualidade de vida é algo incomum, sendo limitada a poucos brasileiros, tendo em vista as grandes desigualdades sociais e econômicas, fruto de inúmeras gestões públicas fracassadas, sistemas políticos falidos e que têm como objetivo principal a promoção pessoal e nepotista, deixando de lado os anseios da coletividade por moradia, segurança, saúde e renda. Estas ações mesquinhas terminam por privar o acesso das populações a dignidade.

Qualidade de vida segundo definições do Wikipédia (Enciclopédia livre) “é o método usado para medir as condições da vida de um ser humano”. E envolve desde os bens físicos, psicológicos e emocionais do ser. Esta qualidade de vida também está interligada aos relacionamentos pessoais e sociais, quer sejam com a família e com os amigos.

Qualidade de vida é diferente de padrão de vida. O padrão diz respeito às condições financeiras de cada indivíduo, medindo os bens destes seres e sua capacidade de consumo. Enquanto a qualidade mede a forma de vida dos seres humanos e outros fatores essenciais à vida.

Para se medir a qualidade de vida de uma população são utilizados alguns indicadores básicos que atestam como vivem os cidadãos de uma determinada região do país.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD Brasil, são indicadores da qualidade de vida: Características do município, Saúde, Educação, Renda, Moradia e População

Destacamos neste estudo a educação, a renda e a saúde, três indicadores da qualidade de vida da população, que afetam os demais de forma direta ou indireta, e estão interligados no mundo atual em que para se ter uma fonte renda digna, é necessária uma educação básica mínima.
Esta educação mínima é responsável por lhe inserir no mercado de trabalho, dando ao cidadão condições de prover o sustento do lar e garantir a saúde e qualidade de vida de sua família.

A ausência de educação e renda, e responsável por proporcionar grandes carências alimentares e de habitação entre os brasileiros. A educação que assegurada pela Constituição Federal, mas não é disponibilizada aos brasileiros de forma satisfatória, limitando-se a poucas salas de aulas, muitas vezes sucateadas e com profissionais mal remunerados que não desempenham suas funções adequadamente.

A taxa de alfabetização é um Indicador componente do IDH-Educação. É o percentual das pessoas acima de 15 anos de idade que são alfabetizados, ou seja, que sabem ler e escrever pelo menos um bilhete simples.

Em 2009 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou dados que indicando que 9,7% da população brasileira era considerada analfabeta, o que representa um grupo com mais de 18,6 milhões de habitantes. O mesmo estudo aponta ainda a existência de 20,3% dos chamados analfabetos funcionais, que segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - PNAD, é aquele cidadão que tem até três anos de estudo, representando um montante de 38,9 milhões de habitantes.

Somando-se os números do analfabetismo do IBGE, temos 57,5 milhões de analfabetos no Brasil, o que representa 30% da população.

Estes números são o retrato vergonhoso e degradante de uma nação formada por pessoas que sequer tem entendimento de que existem direitos e deveres. Pessoas que jamais vão ter acesso a Constituição Federal ou a outro diploma legal que lhe assegure direitos, que lhes dê um sentido moral e ético de vida digna.

A falta de qualidade na educação é determinante para o crescimento do número de desempregado num país ou região. Os analfabetos e as pessoas com pouco estudo encontram grande resistência para ingressar no mercado de trabalho, dominado por trabalhadores com níveis de estudos superior.

Segundo José Pastore, pesquisador da Universidade de São Paulo – USP, existem três fatores essenciais para geração de emprego num país. São eles: “crescimento econômico, boa educação e legislação realista”. Para Pastore “o Brasil está mal em todos eles”.

A política de inclusão ao mercado de trabalho no Brasil e deficitária, graças a falta de investimentos em setores que poderiam gerar milhares de empregos. “Tome-se, por exemplo, o caso da infraestrutura. Em qualquer área, a carência é imensa. Focalizemos os transportes. Apesar de seu tamanho continental, o Brasil tem apenas cerca de 150 mil quilômetros de rodovias pavimentadas”. Diz José Pastore.

Milhares de postos de trabalho poderiam ser gerados, se os governos federal, estadual e municipal se engajassem numa luta por melhorias na infraestrutura básica das cidades. Investindo em obras de drenagem, esgotamento sanitário e pavimentação de vias. Tais iniciativas poderiam melhorar o desempenho do Brasil no que diz respeito a renda, outro importante indicador da qualidade de vida.

Gerando renda e melhorando a saúde da população. Uma iniciativa perfeita para garantir condições de vida digna aos brasileiros que sofrem por causa de doenças que já deveriam ter sido erradicadas há anos do Brasil.

O indicador saúde nos remete a problemas sérios e que corroem a dignidade humana. O Brasil é um país “rico” e mesmo assim seu povo enfrenta inúmeras dificuldades relacionadas ao Sistema Único de Saúde – SUS, um sistema falido que há vários anos só trás agonia e desespero para população.

Mesmo com tantos impostos, o governo brasileiro não investe os recursos necessários para que todo cidadão possa ter acesso ao sistema de saúde de qualidade, com profissionais que prestem um bom atendimento e que estejam também comprometidos com a qualidade de vida da população.

É comum ver usuários do SUS se queixando das imensas filas para conseguir fichas, muitos acordam nas primeiras horas da madrugada em busca de atendimento médico. Os casos de urgência são atendimentos conforme a paciência do usuário e a disponibilidade dos médicos de plantão.

Por todo o Brasil os hospitais de urgência e emergência estão lotados, com pacientes espalhados pelos corredores, deitados e agonizando em macas imundas como se fossem lixo e esperando serem selecionados para atendimento, num processo desumano e desleal.

Os que buscam agendamento marcam suas consultas para três, quatro, cinco ou até seis meses depois. Se a necessidade for um cirurgia, a espera pode passar de um ano.

A saúde no Brasil é tão somente um sistema que não garante qualidade de vida. Representa tão somente mais um transtorno para vida deste povo que tanto sofre com o descaso e a falta de atitude do poder público e de muitos políticos, que não se acanham em usurpar os poucos e já escassos recursos destinados à manutenção da saúde pública no Brasil.


O hábito do consumismo e degradação ambiental

Por Heverthon Rocha

Quando falamos sobre consumo responsável, consciente ou sustentável, falamos de respeito ao meio ambiente. As pessoas não têm o hábito de consumir o que realmente precisam ou na quantidade que realmente necessitam. A população mundial acaba por adquirir muitas vezes artigos supérfluos que após alguns meses já não atendem mais as suas “necessidades” e inevitavelmente são descartados no meio ambiente, possivelmente em lixões ou aterros sanitários.

Este padrão de consumo irresponsável está afetando seriamente o meio ambiente. Os impactos oriundos da extração de recursos naturais para produção de papel, copos descartáveis, combustíveis e outros produtos está fazendo com que o planeta sofra desde a extração da matéria prima, devido aos desmatamentos, queimadas, modificação das paisagens para extração de minérios, passando pela emissão de gases poluentes pela indústria e também nos processos de distribuição destes bens de consumo, que além de emitir gases do efeito estufa (GEEs), também aumentam significativamente o desgaste das estradas e a quantidade de resíduos sólidos para descarte no meio ambiente.

Consegui com grande dificuldade implantar uma política de consumo consciente em minha residência, onde luzes, água, papel e outros produtos são utilizados de modo a não agredir o meio ambiente. Lembro sempre que devemos praticar os cinco erres (5rs) e buscar outros que evitem a degradação ambiental. Atualmente pratico e ensino os cinco erres em minhas atividades de educação ambiental.

Percebi por observação e conversas que as pessoas que têm o mínimo de preocupação com o meio ambiente, devem ter sempre em mente, ou pelo menos de vez em quando, estes 5rs. Devem colaborar para RECICLAR o que for possível. REUTILIZAR o que ainda lhe for útil. Precisam REDUZIR o consumo desnecessário. É fundamental REPENSAR seus hábitos diários e RECUSAR qualquer tipo de produto que possa ser agressivo e danoso ao meio ambiente.

No ambiente em que trabalho as pessoas não se empenhavam tanto em usar com sabedoria os recursos disponíveis. Copos plásticos são descartados sem a mínima preocupação com custos financeiros ou ambientais. Os papéis muitas vezes recebem rabiscos e logo são destinados às lixeiras. Resumindo, não existe nenhuma consciência ambiental nos funcionários, que fazem do desperdício uma prática cultural no ambiente de trabalho, tendo em vista que para eles “quem paga a conta é o governo”. Diga aos que pensam assim que estão amargamente enganados. Tanto os custos financeiros quanto os custos ambientais são pagos por todos nós.

Como forma de minimizar estes impactos, que parecem pequenos, mas que na verdade acontecem em diversas instituições públicas e privadas de Natal, e que somados trazem um grande prejuízo ao meio ambiente, é importante que desenvolvamos campanhas de consumo consciente nos ambientes de trabalho, tal como estamos iniciando a implantar na empresa da qual faço parte.

A campanha está em fase de implantação, mas já é possível calcular os resultados pretendidos. As pessoas não abusam dos recursos naturais por maldade. O que lhes falta é educação ambiental. Um trabalho que possa despertar em cada um os seus valores ambientais. Fazendo com que respeitem o meio ambiente, tendo conhecimento de que cada cinquenta quilos de papel equivale a uma árvore a menos na meio ambiente. Informações que têm grandes resultados, pois partem da necessidade de sensibilizar, para assim promover uma consciência ambiental.

Todos sabem da importância que os recursos naturais têm em suas vidas. Basta fazer à qualquer cidadão o seguinte questionamento: Qual a importância da água para você? Ou, você sabe por que as árvores são importantes? Que receberá imediatamente uma resposta aceitável tipo “para que eu possa viver” ou “para fazer sombra”. O que eles não sabem, ou sabem de forma insipiente, é que a falta destes recursos pode representar o fim das espécies, inclusive da espécie humana. Que eles são os responsáveis pela preservação do meio ambiente, juntamente com o Poder Público, conforme artigo 225 da Constituição Federal de 1988.

Quando cada cidadão do mundo entender que é dele o dever de preservar os recursos naturais para as futuras gerações, e que a preservação tem que começar no presente. Quando nós compreendermos que a maior herança que podemos deixar para nossos filhos e netos é o “meio ambiente ecologicamente equilibrado”, e não somente riquezas financeiras.

De nada servirão todos os bens que podemos ter no futuro, nem tão pouco poderão ser usadas num mundo em guerra. Num mundo onde a água e outros recursos naturais básicos figurarão no centro das disputas econômicas e existenciais.

Somente quando atingirmos um alto grau de sensibilidade e percepção ambiental é que teremos uma porta aberta para que o planeta Terra possa permitir que co-existamos com as demais espécies da fauna e da flora em perfeita harmonia, desfrutando de todos os serviços ambientais que o meio nos oferece.

Conhecimento ecológico e educação ambiental

Por Heverthon Rocha

Educação Ambiental comunitária na prática
A educação ambiental deve estar presente em todos os níveis de ensino no país, e é essencial para realização prática das políticas públicas de controle ambiental e preservação do meio ambiente.

A Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA, instituída pela Lei Federal 9.795 de 27 de abril de 1999 apresenta a educação ambiental como instrumento de transformação para uma sociedade ambientalmente crítica e comprometida com a preservação ambiental, adotando práticas de consumo e descarte consciente.

A PNEA foi regulamentada pelo Decreto Federal 4.281 de 25 de junho de 2002, e traz em seu Artigo 1º a seguinte definição: “Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.

Percebe-se que a PNEA está em sintonia com Constituição Federal, Artigo 225º, inciso VI que prevê a “promoção da educação ambiental e a conscientização pública para preservação do meio ambiente”, sendo que o termo conscientização é substituído na prática por sensibilização, tendo em vista a dificuldade de conscientizar o público mais maduro.

A educação ambiental deve ser permanente e abrangente, atuando na educação formal e também na não-formal, conforme prevê a PNEA. Sendo essencial a presença em todos os níveis de ensino e processos educativos. Ou seja, deve surgir nos berço da sociedade.

Todos têm direito a educação ambiental e todos são responsáveis por oferece-la a sociedade, sendo que cada ator tem seu papel neste processo. São atores na promoção da educação ambiental Poder Público; instituições educativas; órgãos do SISNAMA; meios de comunicação de massa; empresas; entidades de classe; instituições públicas e privadas e a sociedade como um todo.

A educação ambiental deve ser aplicada de forma humanística, democrática e participativo. A abordagem deve envolver a interdependência ambiental, social, cultural e econômica com enfoque na sustentabilidade e garantia dos recursos naturais às presentes e futuras gerações.

Para tanto, se faz necessária a abordagem dos temas ambientais com conhecimento de causa. É fundamental que os atores que se propõem a desempenhar funções relacionadas a educação ambiental, busquem se informar e agregar sempre novos, independente de sua área de formação escolar, técnica, tecnológica ou acadêmica.

A ecologia é tão somente a ciência que estuda os ecossistemas. Estuda a abundância e distribuição dos seres vivos na Terra e a inter-relações que exercem uns com os outros. Estas inter-relações podem ser de ordem física, química ou biológica. Uma constante troca de energias no meio ambiente.

O conhecimento em ecologia capacita o cidadão, desde o mais humilde, a atuar como um educador ambiental, promovendo e oferecendo educação ambiental e soluções para os diversos problemas ambientais enfrentados por toda humanidade e as formas de adaptação às situações impossíveis de reparação.

O conhecimento é importante, mas a didática fundamental. Mesmo que um certo cidadão seja dotado de grande conhecimento em meio ambiente e nos processos ecológicos, se não tiver o dom da didática, não conseguirá sensibilizar a população, quer seja crianças, jovens ou adultos.

Conhecimento, bom entendimento e metodologia de ensino capacitam e são ferramentas dos educadores ambientais comprometidos com o meio ambiente.

O desenvolvimento sustentável e a sociedade sustentável

Por Heverthon Rocha

Sustentabilidade é a palavra de ordem que ecoa por todo o mundo. As pessoas depositam na sustentabilidade todas as esperanças de um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Muitos pensam, de forma equivocada, que o simples fato de haver sustentabilidade, siginfica que o mundo estará imune das agressões antrópicas que são praticadas diariamente por uma população carente de educação ambiental.

Portanto antes de expor o desenvolvimento sustentável e a sociedade sustentável, temos que entender que para se construir esta sociedade sustentável é fundamental que seja retirado do papel o que prevê a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), instituída pela Lei Federal 9.795/1999. Esta legislação é fundamental para que a sustentabilidade propriamente dita seja uma realidade, e não somente uma palavra bonita, da moda ou utópica.

A PNEA apresenta a educação ambiental como importante processo de construção dos valores sociais e de uma sociedade sustentável, sendo essencial para sadia qualidade de vida, tendo em vista que busca reduzir e até mesmo banir o consumo irresponsável e promover o descarte consciente.

Após passar a vista por esta necessidade mundial que é a educação ambiental, vamos ver alguns conceitos de desenvolvimento sustentável. Primeiramente o termo trata do processo de geração de riquezas de forma que sejam utilizados os recursos naturais sustentavelmente, de modo a não comprometer a disponibilidade dos recursos explorados, possibilitando sua recuperação e recomposição. O desenvolvimento sustentável requer a adoção de medidas e mecanismos que permitam o acesso aos recursos naturais pelas presentes e futuras gerações.

Segundo o Dicionário Socioambiental Brasileiro, desenvolvimento sustentável ou sustentado, é o “modelo de desenvolvimento que leva em consideração, além dos fatores econômicos, aqueles de caráter social e ecológico, assim como as disponibilidades dos recursos vivos e inanimados, as vantagens e os inconvenientes, a curto, médio e longo prazos, de outros tipos de ação”. Este conceito apresentado é defendido pelo teórico e ambientalista indiano Anil Agarwal, onde segundo ele, não pode haver desenvolvimento sem que haja harmonia do ser humano com o meio ambiente.

Os processos de desenvolvimento não devem favorecer somente e unicamente a economia, mas também devem ser favoráveis aos ecossistemas e as espécies que habitam neles e que se interrelacionam numa constante troca de energia.

O Relatório Brundtland, formulado no ano de 1989 durante a Comissão Mundial de Meio Ambiental e Desenvolvimento das Nações Unidas, diz que a expressão desenvolvimento não se aplica aos processos produtivos onde o “crescimento econômico não se traduz em melhoria da qualidade de vida das pessoas e das sociedades”. Ou seja, o desenvolvimento, mesmo que seja grandioso, deve manter o foco na preservação do meio ambiente, garantindo saúde e qualidade de vida para toda humanidade e demais seres vivos.

Para Lester Russel Brown, analista ambiental, fundador e presidente da organização não-governamental Earth Policy Institute, de Washington DC, "Uma sociedade sustentável é aquela que satisfaz as suas necessidades sem diminuir as possibilidades das gerações futuras de satisfazer as delas".

A sustentabilidade também passa pela distribuição das riquezas geradas a partir da extração dos recursos naturais, exterminando com as desigualdades sociais e possibilitando dignidade aos seres vivos. Tendo em vista que a justiça social e a harmonia ambiental devem caminhar juntas.

A sociedade sustentável deve desencadear um constante processo de comprometimento e discursão a respeito do mundo que desejamos para as futuras gerações. A sociedade sustentável tem que ficar atenta para a sustentabilidade ambiental, ecológica, social, politica e econômica. Ou seja, a sociedade sustentável vai além do desenvolvimento sustentável.

O desenvolvimento sustentável por sua vez, é parte do processo de construção de uma sociedade sustentável, que não adotará o uso de combustíveis fósseis, substituindo as energias sujas e degradantes por outras de origem natural, renováveis e limpas (ex.: solar, eólica e outras).

Este novo modelo de socieade dirá não para a energia nuclera, ao desmatamento e a emissão de gases do efeito estufa (GEEs). Adotando um sistema de transporte baseado na coletivade e com emissões zero de poluentes. As bicletas devem ser o meio de transporte adequado e comum nesta sociedade, promovendo as relações interpessoais e promovendo a saúde física e mental das populações.

A partir destes conceitos, entendemos que enquanto o desenvolvimento sustentável busca “atende as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades” (Relatório Nosso futuro comum, 1991, p. 46), a sociedade sustentável é aquela que busca novas tecnologias e ações corretas para miniminazar ou até mesmo anular os processos de degradação do meio ambiente.

A Ética e o Profissional do Jornalismo

 Por Heverthon Rocha

No dia dedicado aos jornalistas vale bem a pena resgatar os princípios éticos que fazem desta profissão uma atividade que provoca encantamento para alguns, um desencanto para poucos e que trás benefícios para muitos.

A ética é definida pelo dicionário Aurélio Buarque de Holanda como sendo "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto".

Existem algumas diferenças que podem ser apresentadas entre ética e moral. Sendo a ética exposta como um princípio universalmente permanente e tida como regra. A moral assume um aspecto de condutas específicas, que pode ser temporal e depender da cultura de uma localidade específica, seja ela uma cidade, estado ou nação. Além disso, enquanto a ética é teórica, a moral é prática.

A palavra ética vem do grego “ethos”, e está correlacionado ao latim “morale” ambos relativos a conduta e aos costumes, aproximando etimologicamente a ética e moral na qualidade de sinônimos. A ética foi tema de discursões específicas dos pensadores em diversas épocas. Aristóteles, Kant, Espinoza, Nietzsche, Paul Tillich e outros.

Ainda hoje, a ética é utilizada para conduzir entidades governamentais e não-governamentais, empresas e profissionais das áreas médica, contábil, odontológica, psicológica, jurídica, jornalística e etc.

Á ética profissional é o guia para que o profissional possa se destacar tanto no mercado de trabalho, quanto na vida em sociedade, alcançando realizações particulares e coletivas. O bom profissional deve ser ético e difundir as boas práticas aos demais, sejam eles de sua área de atuação ou outras.

No ano de 1987, durante do Congresso Nacional dos Jornalistas, foi aprovado um novíssimo Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros - CEJB, que segundo a enciclopédia livre Wikipédia “é o conjunto de normas e procedimentos éticos que regem a atividade do jornalismo. Ela se refere à conduta desejável esperada do profissional”.

A conduta desejável de que trata o parágrafo anterior é possível quando o profissional assume algumas características essenciais ao harmonioso desempenho da profissional de jornalista.

Ser verdadeiro é uma importante característica destes profissionais que constroem as notícias. O Jornalista tem que ter o compromisso de divulgar a verdade, apurando os fatos de modo que não prejudique a outros, atingindo a moral e a honra deles sem causa comprovada ou justificada.

Os jornalistas normalmente entram para profissão por amor, sendo esta a principal característica do bom profissional. Os aspirantes a jornalistas acreditam que podem mudar, senão o mundo, ao menos o ambiente onde vivem, despertando outras importantes características, o humanismo e solidariedade.

A profissão de jornalista é arriscada. O jornalista deve ficar atendo para não promover a discórdia entre pessoas e instituições. Deve ser sempre obediente as leis do país, ser democrático e permitir que outros discordem de suas opiniões. Mantendo sempre a coerência de suas ideias e dos fatos apurados e divulgados. Mas o jornalista não pode deixar de ser crítico. Um crítico construtivista.

Ser investigativo, característica que não pode faltar para o exercício desta profissão. O jornalista deve apurar os fatos, ser curioso e buscar fontes seguras e não sensacionalistas, que querem aparecer à custa dos outros. Além disso, deve ser sigiloso e honesto para não comprometer suas fontes, mantendo-as em segurança, conforme previsto no Código de Ética da profissão.

Em poucas linhas destacamos características como humanidade, solidariedade, obediência as leis, democracia, coerência, curiosidade, sigilo e honestidade. Mas é certo que existem tantas outras características para o bom desempenho da profissão de jornalista. Algo que cabe a cada um buscar e ter como um valor ético e moral para seu sucesso pessoal e profissional.

Ser jornalista é acima de tudo respeitar o leitor. Contribuindo para que os meios de comunicação possam promover “a divulgação da informação precisa e correta” conforme Artigo 2º, inciso I do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, mesmo que os meios de comunicação, por questões de interesses particulares, não estejam de acordo.

Imparcialidade talvez seja uma palavra que não faz parte do exercício da profissão de jornalista. O motivo é público e notório. Os veículos de comunicação – rádio, tv, impressos, etc – são de domínio de pessoas políticas, que utilizam estes meios como estandartes de suas necessidades particulares, deixando de lado o direito difuso de acesso a informação “precisa e correta”.

É triste, mas é verdade. O jornalista tem que se adaptar a linha editorial do meio em que desempenha suas atividades, mesmo que esta linha seja destrutiva e irresponsável.

São poucos os veículos que ainda apresentam alguma imparcialidade. Em destaque estão os jornais comunitários. Que mesmo por um período curto, apresentam muita imparcialidade, até serem adotados pelo poder.

Mudar o mundo não é fácil. Mais difícil ainda é poder transformar a vida de gerações inteiras e não fazer nada.

A educação na construção da sociedade sustentável

 Por Heverthon Rocha

Equilíbrio ecológico e qualidade de vida para o futuro
A educação é a principal ferramenta de construção de uma sociedade justa e cidadã. O conhecimento é atualmente um dos mais valiosos itens de consumo – mercadoria – disponível no mercado global. Para ter sucesso profissional, pessoal ou social, é exigido do individuo, ou seja, dos seres racionais humanos, que acumulem conhecimentos durante toda a vida.

A aquisição de conhecimentos tem início já nos primeiros instantes da vida do ser. Estes primeiros instantes nos remetem a gestação, quando na barriga da mãe, o bebê, ainda feto, já busca conhecer a voz, movimentos, esforça-se para ouvir e identificar os ruídos externos e internos, num meio com tantas limitações, úmido, escuro e com sons dos quais não temos lembranças.

Ao nascer o bebê de imediato identifica o cheiro da mãe, tendo a instintiva certeza de que este conhecimento lhe trará segurança e conforto para toda a vida. O conhecimento que o bebê tem de sua genitora vai mais além, passa pelo toque, tom de voz, pelas carícias, e tantos outros indicadores do relacionamento materno. Uma constante interrelação de amor e de afeto.

A criança precisa da presença de outras pessoas, possibilitando assim o seu crescimento e desenvolvimento intelectual. Necessitam do exemplo dos pais, irmãos, tios, primos e outras pessoas mais próximas, para assim crescer acumulando conhecimentos por meio da convivência em grupo. Confirmando-se o ditado popular tantas vezes proferido por nossos pais e avós, “Diga-me com quem andas e te direi quem és”, ou mais ou menos isso.

O ser humano, após o aprendizado doméstico, aquele que recebem em casa e que praticam nos primeiros meses de vida, precisa também ser introduzido em um sistema de aprendizado metódico, sistemático e recheado de muitas complexidades. A chamada educação formal. Com livros, professores qualificados e regras, muitas regras e metodologias diferentes.

Mas o que é afinal a educação? Segundo o psicólogo e educador carioca Carlos Rodrigues Brandão, autor do livro “O Que é Educação”, editora Brasiliense, 22ª edição, “ninguém escapa da educação”, pois é um processo envolvente e constante que está presente do primeiro ao último sopro da existência do ser, tem início com a vida e finda com a morte.

Para Brandão a educação tem como missão “transformar sujeitos e mundos em alguma coisa melhor, de acordo com as imagens que se tem de uns e outros”. Portanto educação vem do termo em latim educare, que significa tirar, extrair ou desenvolver, ou seja, é uma permanente relação de ensinar e aprender. Este processo é diferente do processo natural de desenvolvimento dos seres vivos, pois não é um processo involuntário, mas sim provocado e estimulado, muitas vezes negligenciado por pais e responsáveis que assume postura irresponsável.

Todos nós somos responsáveis por garantir a educação para estas crianças. Possibilitar que elas possam ter acesso a uma escola de qualidade, com professores motivados e que tenham compromisso com a construção de uma sociedade com homens e mulheres de bem. Uma sociedade com sustentabilidade moral, social, econômica, política e ambiental.

Educar não é fácil. Mais difícil ainda é ter que combater aqueles que não tiveram oportunidades de serem inseridos numa atmosfera com ares educacionais. Ter que esconder e empurrar às margens da sociedade os que foram excluídos do direito ao conhecimento desde os primeiros anos de vida.

A única forma de garantir o desenvolvimento social, cultural, econômico e ambiental de uma sociedade é oferecendo educação aos cidadãos em formação desde os primeiros anos de vida. A justiça social e o fim das mazelas que vemos nas esquinas, semáforos e ruas da cidade, somente serão uma realidade com a prática de políticas públicas voltadas para o fortalecimento da educação básica.

A Constituição Federal de 1988 distribui a responsabilidade pela educação infantil entre o Poder Público, a sociedade e aos pais, conforme descrito no Artigo 227 que trás o seguinte texto: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” Com base neste texto da Constituição Federal, é que devemos nos incumbir da responsabilidade pelo desenvolvimento de nossas crianças, sendo elas nossos filhos ou não. É fundamental que cada cidadão sinta-se responsável pela construção de um futuro socialmente justo e dignamente igualitário.

Portanto, temos que nós unir em prol de uma sociedade rica. Rica não somente economicamente, mas também rica em conhecimentos. Com um nível de desenvolvimento cultural construído sobre os resistentes e poderosos alicerces do conhecimento e da educação.

Somente com a distribuição de forma harmoniosa e justa do conhecimento é que teremos garantias melhores para que futuras gerações possam distribuir também suas riquezas culturais. A educação é a ferramenta indispensável na construção de uma sociedade sustentável e igualitária.